
Empresários e banqueiros cobram controle de gastos públicos e alertam para risco da dívida
Setor privado vê urgência no ajuste fiscal e defende consenso entre os Poderes
Café com Dividendos
6/8/20252 min read


Durante um evento realizado neste sábado (7) no Guarujá (SP), organizado pelo Grupo Esfera, banqueiros e empresários de peso do setor privado enviaram um recado direto ao governo: é urgente conter os gastos públicos e buscar soluções para equilibrar as contas do país. Apesar das críticas, os líderes empresariais demonstraram otimismo quanto à possibilidade de um consenso entre Executivo, Legislativo e demais setores para implementar reformas estruturantes.
📉 Crescimento da dívida preocupa líderes do setor financeiro
A elevação da dívida pública e o aumento de gastos tributários foram os principais pontos de preocupação entre os participantes. Segundo o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, o país precisa ter coragem para enfrentar reformas, como a revisão do Orçamento, e alertou que, se nada for feito, a dívida pode crescer 3% ao ano — ritmo superior ao crescimento do PIB.
“Essa tem que ser a agenda prioritária do Brasil”, disse Maluhy.
🗣️ Consenso político é possível, dizem empresários
Para André Esteves, sócio do BTG Pactual, há uma mudança de mentalidade no ar. Ele elogiou o discurso recente do presidente da Câmara, Hugo Motta, e destacou que a sociedade já começa a perceber que não há mais espaço para expansão dos gastos públicos sem responsabilidade.
“O consenso chegou. Não é uma lista de medidas que vai ser aprovada do dia para a noite, mas estamos avançando”, afirmou Esteves.
🧾 Reformas na mesa: IOF, isenções fiscais e gastos obrigatórios
Neste domingo (8), líderes do governo e do Congresso se reúnem para discutir alternativas ao aumento do IOF, anunciado para compensar a queda nas receitas. Na pauta estão:
Revisão de incentivos fiscais;
Desvinculação de pisos constitucionais para saúde e educação;
Ajustes nas políticas sociais.
O empresário Wesley Batista, da J&F, afirmou que o país precisa rever renúncias fiscais e realocar recursos de forma mais eficiente.
“Tem programas sociais importantes, mas é hora de avaliar seu tamanho e transições”, observou.
📈 Inflação alta justifica juros elevados, dizem banqueiros
O cenário fiscal impacta diretamente a taxa de juros no Brasil. Tanto Esteves quanto Maluhy associaram a alta da Selic à necessidade de controle inflacionário.
“Dizer que juros altos são bons para o sistema financeiro é uma falácia. Eles são um mal necessário diante da inflação”, disse Maluhy.
Esteves usou uma metáfora para explicar o atual desequilíbrio entre política fiscal e monetária:
“É como dirigir um carro com um pé no freio (BC) e outro no acelerador (governo). Não funciona.”
⚠️ Conclusão: controle de gastos é urgente e inevitável
Apesar do crescimento econômico e da queda no desemprego, o Brasil enfrenta um risco fiscal real. Empresários e banqueiros defendem que o momento exige maturidade política, reformas corajosas e um compromisso coletivo com o equilíbrio das contas públicas.
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